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domingo, 10 de agosto de 2008

Saudade - Antonio Carlos da Silva(Carlito)





SAUDADE

De ti, meu pai, ilustre desconhecido,

Que em meus verdes anos trocou de dimensão

Guardo poucas lembranças, quase nada,

Do nosso falso convívio em mínimos momentos.


Mágoas? Não as tenho. Não consigo!

Apenas uma insípida constatação

De que tua ausência em todos esses anos

Deixou alguma coisa inacabada...


Tua cara vermelha, a barba por fazer

E o cheiro da cachaça (tua amiga!)

São as poucas memórias (inefáveis!)

Que têm me acompanhado pela vida.


Herói? Talvez nem tanto!

Foste um referencial divinizado,

Exacerbado, quem sabe,

Pela quase indolor carência.


Aguardo, sem a ânsia doentia,

Pelo nosso reencontro já traçado,

Quando falaremos e ouviremos

Nossas verdades um ao outro.


E que eu possa nesse dia, frente a frente,

Voltar a sentir a tua barba

Arranhando meu rosto já barbado

Acompanhados de uma cachacinha (of course!)

Carlito,

Junho de 2004.

2 comentários:

Em Cena

Que lindo...de qualquer forma, seja como for, pai faz falta sempre!
O meu faz e minha mãe que há pouco o acompanhou, nem me fale.
O meu mundo ficou enorme e eu, bem pequena!

Anônimo

Enviado por e-mail. Gostei muito desse poema, fiquei emocionado, pq. temos eu e o poeta,uma história semelhante. abraço.

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