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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O coração das mulheres.



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Durante muito tempo se acreditou que a mulher estivesse mais protegida contra as doenças do coração. De fato ela está até entrar na menopausa. Daí em diante, o risco é igual nos dois sexos. As doenças cardiovasculares – ataques cardíacos, infartos do miocárdio, derrames cerebrais – acometem indistintamente homens e mulheres, não respeitam classe social, poder econômico ou localização geográfica das residências, e são responsáveis por mais ou menos um terço de todas as mortes.

Já está provado que fatores de risco para o desenvolvimento dessas doenças, tais como tabagismo, sobrepeso, sedentarismo, colesterol elevado, hipertensão, estão diretamente ligados ao estilo de vida. Infelizmente, a vida moderna favorece a formação de maus hábitos e as pessoas resistem em adotar novos comportamentos, mesmo sabendo dos muitos benefícios que trariam para sua saúde.

Um velho aforismo da medicina diz que doença boa de tratar é doença que dói. Se o colesterol está lá em cima, a pressão arterial em níveis elevados e a obesidade só incomoda na hora em que a roupa não serve mais, mas o paciente não sente nada, por que procurar um médico e seguir suas recomendações? E mesmo que o tenha procurado, por insistência de alguém da família ou exigência profissional, fica difícil incorporar um estilo de vida diferente. Por isso, é importante explicar para o doente, em linguagem acessível, quais são os riscos de determinadas doenças e ajudá-lo a provar que mudanças no estilo de vida realmente fazem efeito.

Outra medida indispensável é educar a população e informá-la sobre a importância de incorporar novos hábitos e comportamentos no dia-a-dia. Só um trabalho conjunto tornará possível demonstrar o alcance do tratamento não-farmacológico para o controle da pressão arterial e prevenção das doenças cardiovasculares.


Dr. Protásio Lemos da Luz

Médico Cardiologista.

Professor e Pesquisador

Incor - Instituto do Coração de São Paulo


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