Com quase 80 anos, idosas surfam em busca de qualidade de vida
Fusae Nishida Uramoto, 78 anos, nunca foi de ficar parada. Ela já teve lanchonete e banca de jornal. Nem se lembra muito bem de quando se aposentou, mas calcula que tenha sido há quase 20 anos.
Rivaldo Gomes/Folha Imagem |
Depois da aposentadoria, trabalhava fazendo salgadinhos para vender. "Um dia, eu pensei: tenho ainda a força do trabalho, mas minha vida já vai acabar, e é preciso aproveitá-la", diz. Só não imaginava que se divertiria em cima de uma prancha de surfe, no mar de Santos (a 72 km de SP).
"Eu sempre fiz atividades físicas e gostava de me exercitar. Um dia, vi uma mulher boiando em uma prancha e achei que seria um esporte muito agradável. Fui à escola fazer inscrição, e os professores ficaram me olhando assustados", conta, rindo.
Nessa época, tinha 72 anos. Para não ficar sozinha na aula, chamou a amiga Reiko Konno, 79, que também se apaixonou pelo mar.
Com a ajuda dos professores, as duas vêm progredindo. Já ficam em pé na prancha. "Começamos com body-board e só depois de dois anos é que ficamos em pé na prancha. Nada é muito radical", diz Fusae.
"Temos dificuldade de assimilar a técnica. O mar tem muita força", diz Reiko.
O mais importante, no entanto, é a sensação de bem-estar. "Quando estou na água, sinto-me muito bem", conta Reiko, que trabalhou em tecelagens na capital paulista e é aposentada desde 1972.
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