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terça-feira, 8 de julho de 2008

UM CARMA DENTRO DO JUDAÍSMO (Colaboração do leitor)

UM CARMA DENTRO DO JUDAÍSMO

Ser filho de mãe judia não é fácil. Eu sobrevivi – até agora – a uma delas.

Desde os lanches bem calóricos colocados na lancheira, até a capa de chuva, numa ensolarada tarde de verão.

Historicamente falando, a mãe judia existe para azucrinar seus filhos. Esta foi a missão concedida por Deus: se contrariadas, tentam o suicídio pulando de uma cadeira a 30 cm do chão. Se não fosse desta forma, a espécie não estaria perpetuada. Para todo o sempre.

A missão de ser filho de mãe judia é um verdadeiro sofisma: Se ela te presenteia com duas gravatas horríveis e você, para agradá-la, usa uma delas na primeira oportunidade, ouve de forma sofrida: eu sabia que você não iria gostar da outra. No way out¹.

Nós, filhos de mãe judia sabemos que qualquer criança até os 24 anos tem que, obrigatoriamente fazer cinco refeições por dia. Para que jamais esqueçamos desta regra básica da alimentação.

A outra é a de sempre comprar roupas três números acima para que possa durar muito e ainda vestir nossos irmãos mais novos.

Se for necessário o uso de óculos, compram aqueles bem resistentes mais parecidos com máscaras de mergulho. Por falar nisso, piscinas, só com 50 cm de profundidade para filhos com até 20 anos. Acima disso, toleram 80. Com restrições.

Minha mãe, por exemplo, é reformista. Aceita o caminhar na humanidade e evolução dos costumes: Quando minha irmã se separou após trinta anos de casamento, ela teve uma recaída ontológica e não titubeou ao dizer: “Eu já sabia que este casamento não iria dar certo”.


Se casamos com uma não judia, as mais modernas sempre aceitam sem qualquer problema. Tratam bem, são companheiras e até cuidam dos netos, mas prometem sempre o suicídio se não a visitarmos pelo menos doze vezes por semana. Fora o shabatt².

A mãe judia foi inventada para perpetuar as famílias judias. Mesmo que os consortes não sejam judeus, aprendem a gostar de língua defumada com molho de tomate, sopa de galinha caipira (mesmo no alto verão) e pescoço de frango recheado.

Isso porque faz bem à saúde.

Nas festas, são sempre vitimadas pelos copos, pratos e talheres sujos em exatos quatro minutos findada a refeição. Mesmo bem vestidas para o evento, se embutem nas cozinhas para ajudar a lavar a louça. Com uma expressão de sofrimento lancinante impossível de ser descrito. E sempre dizem isso de forma a produzir pena de si mesma: “Eu não vou deixar você cuidar de tudo isso sozinha”.

Mesmo que o jantar tenha sido para quatro pessoas.

As mães judias não são antiquadas: numa conversa entre duas delas (conseguem imaginar isso?) uma confessa para a outra ter um filho gay. Mas completa dizendo: Por sorte, ele está namorando um menino judeu muito lindinho. Já é quase um doutor.

A bolsa da mãe judia é um verdadeiro arsenal: Contém desde pequenos restos de chocolate até receitas rápidas de tortas e bolos. Batom e pó-de-arroz também jamais faltam, bem como perfuminhos em spray. Item obrigatório: uma foto nossa com dois anos de idade e uma cópia reduzida do nosso diploma universitário. Se não tiver a tal cópia, esta é substituída por uma da certidão de nascimento, que para elas, é a mesma coisa. Afinal de contas, seremos para elas, sempre seus bebês.

Mas o grande sofrimento (Isso não existe: elas sofrem por tudo o tempo todo) da mãe judia ocorre quando os filhos decidem sair de casa e morar só. Elas despencam. Choram. Fazem ameaças de excomungá-los e dizem: O que é que fulana vai pensar de mim? Que não sei lavar? Cozinhar? Manter meus filhos em casa?”“. Oi, oi, oi, oi....

Minha bisavó – mãe judia exponenciada – (Não tive o prazer de conhecer nenhuma nas minhas avós – mães judias duplicadas) freqüentava a matiné de um cinema da cidade e levava para o lanche da tarde, arenque*, cebola e pão. Assistia ao filme com pelos menos duas cadeiras livres de cada lado. Além de duas fileiras para cima e duas para baixo. Ilhada. Era tão conhecida pelos antigos "lanterninhas", que jamais a impediram. Afinal, eles também não eram tão corajosos assim.

Esta senhora casou-se algumas vezes e numa delas com um sujeito importado – se dizendo solteiro – quando alguns anos depois, apareceram mulher e filhos. Ela não teve dúvida: O devolveu para a esposa com um enorme buraco na cabeça produzido por uma daquelas antigas trancas de porta.

Portanto, ser filho dessas senhoras adoráveis, acaba sendo uma dádiva do destino.

Se elas concordarem.

¹Do inglês, SEM SAÍDA

² Dia santificado para os judeus: começa na sexta ao por do sol e termina no sábado, da mesma forma.

David Sergio Hornblas
Psicólogo/psicoterapeuta, especialista em desenvolvimento humano. Professor universitário e pesquisador pelo CNPq/PUC-SP.
Musicista e Escritor Amador.

E-mail: david.hornblas@terra.com.br


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