MUDAMOS DE ENDEREÇO

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sábado, 29 de novembro de 2008

Marcas de expressão - desconheço o autor (a) Colaboração da Mariana



















Eu, tirar minhas marcas de expressão?

Qual o por quê de extraí-las se foram elas que me deram expressão?
Limpar da minha vida as tristezas que fizeram traços na minha testa. Não, mil vezes, não!
Prefiro aprender com a minha fronte.
Varrer do canto dos olhos os sorrisos que eu dei, as alegrias que eu tive, é uma forma
estúpida de estética, como se eu fosse alisar minhas experiências, as que eu vivi com muito
custo e honra, apesar de algumas dores.
Esticar minha cara contra a natureza?
Embonecar-me como um brinquedo em série?
Nada disso traz a verdade.
Se daqui a pouco a minha papada estará mole é porque cantei muito,
falei do meu amor pelos quatro cantos do mundo e por todos os cantos da boca...
E se há cabelos brancos foi porque eu comecei a acender melhor minhas idéias.
Se hoje eu não corro e me canso com mais facilidade é porque tenho a vivência de saber que muitos passos

que damos são dados em falso, trôpegos até.
Qtas vezes escorreguei pelas ciladas do "destino"?
Quantos buracos, qtos caminhos errantes, qtas bifurcações.
Minhas pernas seguem mais lentas, todavia precavidas dos acidentes de percurso.
Quando vejo uma pedra, não mais a chuto, deixo que ela fique em seu lugar.
Meus braços não querem tantos músculos definidos e sim, a definição de um abraço afetuoso.
Agora solto mais minha barriga.

Já não tenho mais quase medo.
Já não reteso tanto minhas emoções e nem as guardo no armário embutido do abdômen.
A barriga era mais dura, eu era mais durinha e a vida, pra mim, também já foi muito dura.
Sentia com o estômago.
Apaixonava-me com o fígado, sofria muito pelo intestino.
Pra quê uma barriga lisinha e um ralo de esgotos na cabeça?
Não posso dizer que nunca mais tive emoções tão indigestas.
A diferença é que o alimento que vem dos outros me faz menos mal e a minha digestão é mais segura e confiante.
Apenas ando, caminho com as árvores, as abraço, dou nome a elas. Olho pro céu, hoje, olho pro céu e procuro as estrelas mais próximas, busco as distantes, apesar de não enxergá-las com os olhos. Piso meus pés na terra, seca ou molhada, tanto faz, mas sinto sua pele. Parece incrível sentir o coração do Planeta com os pés. As flores são vistas, outrora, desprezadas. As plantas dormem ao meu lado. Falo com os bichos e escuto suas frases. Antes minha surdez era mais jovem. Posso dizer
que, agora, minha voz, mais rouca e mais fraca, é capaz de dizer que ama com muito mais firmeza e verdade. E como já disseram um dia: Não sou eu quem faz os anos, os anos é que me fazem.
Deixa as minhas marcas de expressão, cada uma em seu lugar. Sinal que já vivi, cada uma delas tem uma história pra contar. Quem sabe um dia eu as conto pra você, quem sabe...

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